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Maternidade e carreira me levaram pela primeira vez à psicóloga

Toda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados por Sylvestre Mergulhão, Karine Silveira e Rafael Miranda sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nessa semana, confira este artigo da nossa COO Karine (Kari) Silveira.


Faz bastante tempo que não paro para pensar sobre esse momento da minha vida, mas esse texto Research: Women Leaders Took on Even More Invisible Work During the Pandemic me jogou para algumas reflexões sobre maternidade, carreira e trabalho remoto.

Aconteceu há 15 anos. Eu era professora, coordenadora e consultora. Trabalhava todos os dias, os três turnos, e escrevia o final da minha tese de doutorado, quando descobri que estava grávida. E eu amava o ritmo de trabalho. 

Foi uma gravidez desejada, mas o planejamento furou e Léo veio um pouco antes. Eu precisava de mais um tempinho.  

A vida continuou. Defendi minha tese, continuei feliz com todas as minhas turmas, mas a Universidade me deu uma sala no térreo pq a minha barriga já estava grande e não tinha elevador.

Trabalhei até sexta e Léo nasceu no sábado à noite. Chovia um oceano inteiro em Salvador e eu não tinha feito os tais cursos de preparação, nem tinha arrumado a mala da maternidade. Léo estava com pressa e quis nascer quase um mês antes, e eu estava em final de semestre, enlouquecida, mas feliz com a correção das provas e fechamento das notas. 

Deu tudo certo e chegamos em casa. Três semanas depois, lembro de uma crise de choro e uma pergunta que me torturava: “O que eu fiz da minha vida?”. Me sentia enlouquecida em casa, sem meus alunos, sem minhas aulas, sem as conversas de corredor na Universidade. Tudo o que eu amava tinha desaparecido. Não que eu não amasse meu filho, mas, para mim, aqueles primeiros meses eram só trabalho e exaustão. O meu amor por Léo foi uma relação construída. Um amor que foi crescendo e cresce à medida que vamos nos conhecendo e nos tornando cada vez mais amigos. 

Gente, eu estou falando de 15 anos atrás. Naquela época, a mídia, as pessoas e minha família falavam – ou supostamente esperavam das mulheres – uma maternidade cor de rosa, perfeita, o melhor momento na vida da mulher, um amor incondicional. Mas eu só pensava em voltar a trabalhar. Sentia uma culpa que me corroía diariamente. Eu era um alien em meio às minhas amigas.

Virei para meu marido e falei para ele encontrar um(a) psicólogo(a), e bem rápido, porque eu estava desmoronando. 

Fui parar em uma psicóloga maravilhosa. Ela já começou me indicando um livro Mothern – Manual Da Mãe Moderna para começarmos os trabalhos. Os quatro anos de análise mudaram minha vida. 

Contei todos os dias dos quatro meses de licença e voltei a trabalhar feliz e radiante.

Quando Léo tinha seis anos, em um Dia das Mães, ele teve que contar para a turma que tipo de mãe eu era. Confesso que tremi por achar que todas as mães que são muito focadas na carreira carregam uma culpa onipresente. 

Naquele dia, ele falou algo mais ou menos assim:

Minha mãe trabalha demais e passa o dia inteiro fora de casa. Ela ama trabalhar e eu amo jogar videogame. Se eu pudesse, jogava o dia inteiro também. Eu amo a minha mãe e ela gosta de conversar muito comigo e com um monte de gente.

Nesse dia entendi que estava tudo bem. 

Fico orgulhosa de que hoje conseguimos conversar mais abertamente sobre tudo isso e, com o trabalho remoto e as novas tecnologias, talvez eu não tenha sofrido tanto.

Se, naquela época, eu estivesse na Impulso…. Uau…. Assim que tivesse com vontade de trabalhar, poderia, aos poucos, olhar uma coisa ou outra no Slack, voltar aos poucos, participar de tudo com Léo no colo, ter flexibilidade e respeitar o meu ritmo natural.

Afinal, cada pessoa é diferente.

Mothern - Manual Da Mãe Moderna
Mothern – Manual Da Mãe Modernawww.amazon.com.br

O livro que deu origem à série do GNT surgiu a partir do famosíssimo blog Mothern e das colunas das autoras na revista Trip. Elas contam como ser mãe nos tempos de hoje com muito bom humor: na maternidade, nas festas, na hora do choro, nas brincadeiras, nas viagens, nos restaurantes. Sempre de uma maneira alegre, prática, realista e inteligente.

Supermães | Netflix
Supermães | Netflixwww.netflix.com

A série Supermães conta a rotina de quatro mulheres que se conheceram em um grupo de mães. Com o fim da licença maternidade, as amigas precisam aprender a conciliar filhos, trabalho e amor, enquanto vivem na agitada cidade de Toronto.

A coragem de ser imperfeito | Amazon.com.br
A coragem de ser imperfeito | Amazon.com.brwww.amazon.com.br

Neste livro, a autora Brené Brown apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas sobre vulnerabilidade, toca em feridas delicadas e provoca grandes insights, desafiando-nos a mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos.

As expectativas e mensagens que abastecem a vergonha nos impedem de perceber quem nós somos como pessoa.

Brené Brown

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