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Maturidade não é inata – se cria com gestão

Toda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados por Sylvestre Mergulhão, Karine Silveira e Rafael Miranda sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nessa semana, confira este artigo do nosso CEO Sylvestre Mergulhão.


Estava conversando com uma pessoa durante essa semana sobre questões de liderança e autonomia e me peguei refletindo sobre maturidade. 

Tentarei reproduzir a conversa com a maior fidelidade possível, considerando que eu já havia bebido umas cervejas naquele momento:

Pessoa: Esse papo de autonomia e trabalho remoto é para quem tem maturidade. Adoro esses discursos bonitos de liderança e inspiração, mas ando mais para o contrato social do Thomas Hobbes mesmo.

Eu: Mas para mim não é inspiracional. É real.

Pessoa: Talvez na sua área seja. Vai trabalhar com jornalista* em agência para ver no que dá. Todo mundo é muito legal, até começar a fazer as coisas nas coxas porque vai se encostar numa outra pessoa que vai melhorar a entrega.

*Já adianto que estou apenas replicando a conversa, e reforço aos jornalistas que tenho profundo respeito à profissão de vocês.

Não sei se o conceito de “contrato social” de Thomas Hobbes é familiar para você, mas, basicamente, Hobbes diz que as pessoas precisam de um Estado forte sobre elas, ou seja, uma estrutura de governo firme e de olho no que elas estão fazendo – isso seria o contrato social. Segundo ele, a falta de um poder superior resultava em desordem ou guerra. Por conta disso, o ser humano se submetia a esse poder, para evitar a guerra e a desordem e ter a capacidade de prosperar.

Nesse momento, até pelo termo “entrega” que foi usado pela pessoa, eu já automaticamente pensei aqui na minha área de tecnologia, onde também comumente chamamos os entregáveis de “entrega”. E assim seguiu o diálogo:

Eu: Mas é a mesma coisa aqui. Ou você acha que as pessoas de tecnologia, só por serem de tecnologia, são seres iluminados e que não querem entregar logo seu trabalho, às vezes sucumbindo às pressões e entregando coisas nas coxas também?

Como bem sabemos, em tecnologia, fazer as coisas “nas coxas” pode dar em tretas grandiosas. Pensei internamente comigo: pelo menos no jornalismo, caso tenha algum erro de gramática, qualquer pessoa consegue ajustar. Já na tecnologia, eventualmente só quem fez aquela arte é que tem conhecimento na equipe para dar um jeito.

O futuro do trabalho, moderno, com autonomia, realmente precisa de maturidade. Mas a maturidade não é inata às pessoas e equipes. Ela é cultivada e desenvolvida com gestão.

A grama do vizinho não é mais verde… Isso é possível em qualquer atividade do trabalho do conhecimento. Mas a liderança precisa querer fazer genuinamente e também compreender que as pessoas não respondem a contratos, mas a incentivos.

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Esse artigo de Matt Mullenweg, fundador da Automattic, empresa que detém a marca e o produto WordPress, explica os 5 níveis de autonomia do trabalho distribuído (ou remoto, num termo simplificado), que vão da total dependência do modelo presencial à alta performance remota.

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Vídeo ilustrado da palestra de Daniel Pink sobre seu livro “DRIVE – The surprising truth about what motivates us”, que demonstra uma série de conclusões sobre estudos científicos que tentaram entender o que motiva o ser humano a dar seu melhor.

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Como projetar o modelo de trabalho que as pessoas vão amar? Esse texto fala sobre isso e ainda afirma que é mais fácil do que se pensa.

“A liberdade máxima para grupos criativos é a liberdade de experimentar novas ideias. Alguns céticos insistem que a inovação é cara. No longo prazo, a inovação é barata. A mediocridade é cara — e a autonomia pode ser o antídoto.”

Tom Kelley

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