Segurança psicológica: o que isso tem a ver com liderança eficaz?
Thais SampaioToda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados pelas lideranças da Impulso sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nesta semana, temos este artigo da nossa coordenadora de Montagem de Times, Thaís Sampaio. Confira:
Construir relações que perduram e geram resultados positivos sempre impulsionou a história humana.
Há algum tempo, notou-se que uma liderança eficaz está muito mais relacionada à confiança e à cooperação do que à autoridade e ao medo, como se pensava anteriormente.
Mas como podemos tornar nosso ambiente de trabalho seguro psicologicamente, para termos liderados confiantes e colaborativos?
Simon Sinek, em uma palestra do TED Talk, traz um exemplo enriquecedor:
Na época do homo sapiens, o mundo era cheio de perigos e existiam várias forças fazendo de tudo para destruí-los, como clima, falta de recursos, animais selvagens… Evoluímos e nos tornamos animais sociais, passamos a viver e trabalhar juntos, em tribos. Qualquer um desses homens poderia dormir à noite, pois confiavam que teria alguém da sua tribo alerta para qualquer perigo iminente. Ou seja, desenvolveram cooperação e confiança.
O mundo atual continua tendo diversos “perigos externos” — como mercado, novas tecnologias, concorrência, modelos que ficam obsoletos etc. — que parecem empenhados em minar nosso sucesso. Não temos controle sobre essas forças e elas são constantes.
As únicas variáveis são as condições dentro da organização. E é aqui que líderes têm um papel fundamental para construírem um círculo de segurança coeso.
O que isso quer dizer?
O termo segurança psicológica surgiu em 1999, com Amy C. Edmondson:
“uma crença compartilhada pelos membros de que a equipe é segura para a tomada de riscos interpessoais, de que um membro não será punido ou humilhado por expor ideias, dúvidas, preocupações ou erros em um ambiente que permite que as pessoas sejam francas”.
Destaco aqui quatro aspectos da segurança psicológica:
- segurança em se expressar — membros das equipes precisam se sentir seguros para trazerem novas ideias, questionarem processos e demandas;
- segurança em interagir — é seguro para o time pedir ajuda, se engajar em conversas difíceis, bem como, dar e receber feedbacks;
- segurança em aprender — o time precisa se sentir seguro para fazer perguntas, inovar, arriscar e aprender com erros;
- segurança em pertencer — os membros da equipe se sentem valorizados e apoiados.
Com base nesses quatro pilares e entendendo que cooperação e confiança são sentimentos construídos e não impostos, uma liderança eficaz promove um ambiente seguro psicologicamente, independente dos perigos externos.
“Mas qual caminho trilhar para termos uma equipe confiante e cooperativa em um ambiente seguro psicologicamente?” — é isso que vou te contar, muito em breve, na segunda parte deste texto.
Até logo! 😘
PARA LER, OUVIR, SEGUIR E AVANÇAR
A organização sem medo
Amy C. Edmondson, de quem citei uma frase no texto acima, é a autora deste livro. Ela é uma estudiosa sobre liderança, formação de equipes e aprendizado organizacional, reconhecidamente uma das melhores pensadoras e escritoras sobre gestão. Neste livro, ela apresenta um guia prático para criação de culturas em que o conhecimento e a inovação prosperam porque as pessoas se sentem seguras para contribuir com suas ideias.
Por que bons líderes fazem você se sentir seguro?
Nesta palestra, que também citei no texto, Simon Sinek, referência para empreendedores em todo o mundo, dá uma verdadeira aula sobre a importância e necessidade de ser criar confiança e segurança e afirma ainda que isto significa assumir grandes responsabilidades. Assista!
Quais são os problemas de performance do seu time?
Neste espaço, você obtém inúmeros insights para melhorar a performance do seu time, solucionar disfunções e impactar positivamente a vida e o desempenho das pessoas que estão sob sua liderança. São conteúdos estratégicos, selecionados pelo time da Impulso para melhorar os seus resultados. Confira!
“É preciso ir além da gestão de tarefas. É importante liderar pessoas, ajudá-las a trabalhar melhor, integrá-las aos times, incentivá-las a criar relações genuínas que transcendam o trabalho”.